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quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Editorial do jornal O POVO ressalta a importância da sanção doPL que cria a Arie "Dunas do Cocó"

Proteção às dunas


É muito bem vinda a sanção da lei que cria área de relevância e interesse ecológico (Arie) nas Dunas do Cocó, protegendo um dos últimos patrimônios naturais da cidade
A sanção pela prefeita Luizianne Lins (PT) do projeto de lei intitulado ``Dunas do Cocó`` - que cria a Área de Relevância e Interesse Ecológico (Arie), no trecho que vai da Avenida Sebastião de Abreu até a Cidade dos Funcionários & deixou aliviados os que aguardavam ansiosos, esse desfecho. O projeto é de autoria do vereador João Alfredo (PSol). O fato de o autor fazer oposição à gestão municipal dá ainda maior relevância ao ato da chefe do Executivo.

No dia 18 de julho passado a Câmara Municipal, numa votação histórica, havia aprovado o projeto, depois de intensos debates no plenário. A divergência é própria do sistema democrático, sobretudo, em iniciativas desse porte, que envolve fortes interesses econômicos. O que estava em jogo era o embate entre dois modelos de desenvolvimento: o tradicional, que põe acento principal no aspecto econômico, e o sustentável -, que procura combinar crescimento econômico com a preservação do meio ambiente.

O primeiro modelo não encontra mais respaldo numa sociedade cada vez mais informada sobre as consequências de um ativismo econômico sem critérios. O planeta passa pela maior crise de sua existência justamente porque não levou em conta os limites dos recursos naturais, nem o equívoco de se considerar ``progresso`` a simples multiplicação de unidades produtoras por imperativo de mercado. Evidentemente, o mercado é indispensável, mas não os abusos e devastações provocadas em seu nome. Na medida em que o crescimento é combinado com a sustentabilidade, mais produz riquezas de uma qualidade superior.

Para que se tenha uma qualidade de vida minimamente adequada, nas áreas urbanas, a Organização Mundial de Saúde (OMS) é necessário que estas disponham de pelo menos 12m² de áreas verdes por habitante. Estima-se que a média em Fortaleza não chega nem sequer a um terço disso. Quais as consequências desse déficit? No mínimo, uma paisagem urbana desumanizada, acossada pelo crescimento da temperatura ambiental, por inundações, poluição do ar e tantos outros efeitos colaterais daninhos para a saúde física e mental dos moradores da Cidade.

Ora, a devastação de 60% da cobertura vegetal da Cidade, ocorrida nos últimos 30 anos, poderia (até o início da década de 70) ser atribuída à ignorância em relação aos processos ecológicos.
Hoje, prosseguir nessa direção é injustificável, por isso preservar uma das últimas áreas verdes de Fortaleza (o Parque do Cocó e seu entorno) é um imperativo ético e cidadão. Se não fizermos isso, seremos olhados como verdadeiros bárbaros pelas próximas gerações, que não nos perdoarão o descaso e a falta de compromisso para com o futuro de Fortaleza.

Assim, a sanção firmada pela prefeita Luizianne Lins ao projeto aprovado pela Câmara Municipal deve ser saudada como manifestação de respeito aos habitantes da Capital e aos seus visitantes.
Fonte: http://www.opovo.com.br/opovo/opiniao/916904.html

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